Contar episódios antigos, passados no auge da vida futebolística não é fácil, na medida em que eles foram tantos… Mas descrever um ou outro mais caricato e “sui generis” pelo ridículo da situação e pela envolvência merece dar a conhecer.
Aí pelos anos 80, quando militávamos na primeira divisão da A.F.C., lá nos deslocámos nós para um encontro além Coimbra. Se a memória não falha, fomos ao Sourense. Nesse dia, por acaso, até almoçámos nas “louras” – lembrar-se-ão os mais veteranos dos nossos “leves almoços” nessa casa, ali junto ao Estádio de Coimbra e que nós tanto apreciávamos. Saíamos quase sempre de lá ,aquilo que na gíria se chama “bem compostos” e “à fartasana”. Almoço às 13 h para quem ia jogar às 15 h. As loucuras que se cometiam…
O “alivio”para este enfartamento, esse era resolvido nos pinhais que medeiam Coimbra e Soure. Só que nesse dia e para não variar, lá fomos nós aflitos e numa correria louca para chegarmos a tempo. Era o “despe-te e veste-te” em 5 minutos e quase sempre com a arbitragem no meio do terreno.E o senhor Serra a desesperar… Encaminhados para uma espécie de balneário, feitos em tabique e madeira de solho, espaço exíguo era um “tudo ao monte e fé em deus”. Recordo-me bem das inscrições feitas no rodapé onde pendurávamos a roupa nos pregos ferrugentos e curvados. Nomes como, PATO, FATOUCO, MANHIÇA , JUCA JANEIRO e até um EUSÉBIO (???) eram lidos no rodapé. O ZÉ PELOTA claro, não poderia deixar os seus créditos por mãos alheias e vá de colocar o seu. Então punha: PELOTA – A.D. NOGUEIRENSE (porque o Benfica não aproveitou). Risos e gargalhadas era uma constante entrecortadas por alguns “arrotos” do farto almoço. Mas não havia tempo para alívios.
Nesse dia, por acaso, até jogava a titular.De repente, acometido por fortes dores abdominais, só tive tempo de me retirar para uma espécie de WC que havia no balneário. Imaginem 1 m2 com uma sanita imunda, completamente atolada até ao assento sem possibilidades de um alivio rápido e “decente”. Fazer em pé, obrigava a uma ginástica fantástica. A solução passou por um poiso em cima da dita com um pé numa borda e pé na outra e esperar que a Natureza fizesse o seu trabalho.
Estava nestes preparos quando o saudoso Valério me chama para me“dar a táctica”. Respondi do referido WC, mas nesse instante um estrondo rápido e curto ecoou pelo balneário. A Sanita tinha partido ao meio e todo o seu conteúdo era derramado entre os meus pés e corria agora debaixo da porta. Apenas houve tempo para lavar com uma mangueirada dos joelhos para baixo, pois a trampa era tal que o fedor era insuportável.
Claro que tudo isto acompanhado por uma gargalhada geral. O pior foi que dentro do campo o Cardoso me “azucrinava” a cabeça com o dito episódio:
- Agora tens que cá ficar para pagar a sanita.
Acreditem que nem sei como joguei. Apenas sei que a ideia de ter que pagar a sanita me turvava o pensamento e me tolhia os movimentos.Estava deveras atrapalhado!
Só descansei quando me vi a caminho de casa e dentro da carrinha.
Acreditem que andei quase uma semana à espera de um telefonema para A.D.N. sobre o dito acontecimento por parte do Sourense.
Só sei que até hoje ainda sinto o cheiro insuportável nas meias e botas desse jogo.Da sanita,nunca mais ouvi falar…
Do nosso Toninho Campos (O Kempes de Nogueira), do qual me prezo de ser amigo, lembro os nossos velhos tempos em que estudávamos em Seia, em que ele e o Nelson Ribeiro (Professor) eram uns “baldas” como não havia igual. Inúmeras vezes iam na camioneta para Seia e quando lá chegavam, dava-lhes um “vipe” e, aulas?!! Está quieto, tchau, até ao meu regresso. Punham-se na alheta. Lembro-me de um episódio curioso, quando o condutor da camioneta que nos transportava (do Camilo & Filhos, de Travancinha), um belo dia resolveu fazer a chamada do nome dos alunos. A certa altura chamou – António “Maria” de Campos, o que provocou gargalhada geral nos restantes alunos. Irritado, e puxando os galões da sua masculinidade manchada pelo nome feminino e pelo caricato da situação, pôs-se em bicos de pés, respondendo alto e bom som: - Maria não! Moreira! António Moreira de Campos, qual António Maria – o pobre do homem, vendo aquela agressividade, encolheu-se e desfez-se em desculpas, claro que, prontamente aceites pelo visado.
ResponderEliminarUm abraço Toninho
Ruy Calheiros
Se o episódio é caricato o Campos tinha que estar envolvido! Só podia...!!!!
ResponderEliminarNa fotografia estás como no campo - "parado".
Não vale a pena correr que a pelota já te vem ter aos pés!!!!
Aquele abraço
Bruno
Ao Rui Calheiros(Meu amigo que tab.muito prezo)
ResponderEliminarAgradeço o comentário do Rui,mas só gostava de corrigir que não era o Nelson,mas o Agostinho da Câmara Municipal...depois essa de "baldas",sinceramente não me lembro(????).No entanto,admito a tua opinião.
Aquele abraço.
O cantor canta até que a voz lhe dôa e o Toninho Campos joga até que as pernas lhe doam! Um abraço e quero ver-te por muitos anos a vestir a camisola do Nogueirense.
ResponderEliminarSimplesmente o melhor jogador na 2ª parte de Mangualde
ResponderEliminarCaí inesperadamente neste site e confesso que nao esperava rir tanto no fim de um dia de trabalho, mas isto só podia acontecer ao Tonito....Só nos vimos uma vêz por ano e é quando calha, mas continuo a ter por ti uma grande estima e admiração.
ResponderEliminarUm Grande abraço
Rui Luis (Suiça)
A choina fusca lhaste de grifo ancho, pisto-me aqui ao rufo lhastindo gericota e mais gericota, mas vou mas é para a pildra niva jornir, pois a lhega já se pista alhese e não lhaste grifo.
ResponderEliminar